segunda-feira, 21 de junho de 2010

Comportamento humano nas organizações

O autor afirma que as relações estabelecidas no ambiente de trabalho tendem a estar associadas a experiências sociais e profissionais que são caracterizadas por um conjunto de condicionamentos e aprendizados que influenciam no comportamento sócio-profissional do mesmo. Relata que o atual quadro sócio econômico político tem levado as organizações a repensarem seu quadro de pessoal, fazendo ajustes e realinhamentos em sua estrutura, resultando em uma revisão de diretrizes e direcionamentos da condição humana, visando a eficácia e a probabilidade de desencadear o processo de cooperação, comprometimento, interação e atuação em grupo, partindo da real valorização ao comportamento humano, de modo amplo e em todos os níveis.

Para o autor, o trabalho como fonte de satisfação pouco tem atendido às expectativas e os anseios de diferentes classes sociais e categorias profissionais. Estudos feitos sobre motivação têm demonstrado a importância dos aspectos ambientais, ergonômicos e de expectativas diante do trabalho como representantes da qualidade de vida experienciada pelo trabalhador nesse contexto.

As organizações exercem influências acentuadas sobre os estados mentais e emocionais dos indivíduos que as compõem, podendo atuar como ambiente integrador e enriquecedor para os trabalhadores ou contrariamente, podem desagregar-se e manipular as pessoas que tendem a ser absorvida pelas mesmas. As implicações decorrentes de práticas coercitivas ocasionam danos profundos na personalidade dos indivíduos, em sua forma de ser, pensar e agir, e no clima organizacional, gerando comportamentos inadequados e inadaptados, quer do ponto de vista individual, quer do ponto de vista grupal. Essas práticas organizacionais geram desmotivação e insatisfação deteriorando o clima organizacional.

Independente do trabalho realizado, o homem deve desenvolver uma concepção abrangente de si mesmo, com o resgate da auto-estima, aliado a qualidade de saber relacionar-se com seus semelhantes, proporcionando melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho, assim como no social. Para Kanaane, a participação é o ato de influir, exercer controle, ter poder, estar envolvido ativamente, e capacidade de influenciar ou exercer controle sobre uma ação que, em última instância, indica o grau de comprometimento de uma pessoa ou de um grupo sobre uma decisão organizacional.

A participação como mecanismo de interação social e política retrata o grau de amadurecimento existente nas relações presentes nos diferentes setores da organização, podendo atuar como agente de transformação social e administrativo.
Em decorrência disso, emergem as categorias sociais e políticas, dando suporte às ações administrativas que passam necessariamente pela humanização das relações interpessoais no ambiente de trabalho.

O desenvolvimento organizacional, com a finalidade de ajuste de missão ou de objetivos e adaptação, implica em diferentes interfaces das interações. Com isso muitas ações que são adotadas, como pesquisas de atitude e opinião, técnicas para administrar conflitos grupais, modelos de avaliação de personalidade, analise do meio ambiente externo à organização representam respostas da organização diante das mudanças sócio econômico culturais.

O autor finaliza o capítulo dizendo que captar o clima e a cultura organizacionais e atuar no sentido de adaptá-los, tanto às demandas internas quanto às externas vem atestar o processo contínuo de desenvolvimento das organizações. Este processo deve assinalar o compromisso dos envolvidos: dirigentes, gerente, chefes e os demais níveis, tornando-os co-responsáveis e comprometidos com as possíveis e prováveis mudanças.


KANAANE, Roberto. O homem: trabalho e participação no quadro geral do desenvolvimento organizacional. In:__. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI, 2ª edição. São Paulo: Atlasi 1999.

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